segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A VOLTA DE NOSSO POETISTA Segunda-feira, 28 de outubro de 2011


Esta é uma semana de espera. Sexta-feira, o filho caçula, Vitor, vai voltar depois de uma temporada de um ano, em intermináveis sessões de  experimentos neurocientíficos  no laboratório do Carnegie, no Campus da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, Mariland. Aliviamos a saudade, Lúcia e eu, com uma viagem para encontrá-lo em agosto/setembro e pelas benditas tecnologias de comunicação na Internet, o facebook e o skype. Aliás, foi por causa do Vitor e do outro filho, Fernando, que mora no Rio de Janeiro. que incorporamos esses recursos ao nosso cotidiano.                               
Talvez Vitor se sinta um pouco constrangido com essas referências. Como toda a família, inclusive Lúcia e a filha mais velha, Anita, ele preferiria chegar discretamente, sem alarde, como se tivesse saído ontem à noite daqui. No entanto, não será possível satisfazer plenamente essa expectativa, porque superaremos todo o acanhamento para fazer-lhe uma festa para recebê-lo. Maís íntima ou menos íntima, mas uma festa. Durante um ano, Vitor enfrentou com maturidade os desafios de uma nova cultura e os sacrifícios inerentes às  atividades de pesquisador. 
É lógico que estamos muito orgulhosos das conquistas que ele vem alcançando em sua carreira. Para nós, sua família, todavia, o que sempre contou mais em Vitor foi o encanto que ele despertava. Eu não acredito irrestritamente em horóscopo, mas no caso de Vítor, o seu signo de Aquário indica que ele está sempre adiante e isso pode, às vezes, até deixá-lo meio deslocado em algumas situações. Dessa sua capacidade de  antevisão, nós soubemos desde quando ele era bem criança, tanto que me inspirou a escrever um pequeno e singelo poema sobre essa percepção, na segunda metade da década de 1980, quando morávamos em São Luís do Maranhão, onde ele nasceu. Logo que começou a andar e falar, ele manifestava que de fato seu futuro na arte ou na ciência, ou em ambas, já havia começado. Este poema é para você, filho tão bem-vindo.


POETISTA

O teu mundo
não é só aqui
não tem fronteiras,
limites, rios, montanhas
O teu mundo
é o céu
no azul
mágico de uma
lona de circo
a abrigar
anjos malabaristas
em trapézios sem rede
O teu mundo
é o vôo iluminado
de poeta
cientista
ou poetista

Este poema eu fiz para meu filho, Vítor, em alguma noite dos anos 1980)
 





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